Trata-se de uma doença hereditária, com 13 subtipos já identificados, cada um com suas particularidades. As alterações genéticas afetam principalmente o tecido conjuntivo, comprometendo a integridade estrutural do corpo. A SED pode atingir qualquer pessoa, independentemente de sexo ou etnia.
Principais Sinais e Sintomas
- Pele: fina, elástica, frágil, com cicatrização anormal e tendência a hematomas.
- Articulações: hipermobilidade (movimentos além do normal), instabilidade, luxações e dores articulares frequentes.
- Sistema muscular e esquelético: fraqueza muscular, quedas, alterações na marcha e na postura (como escoliose e pés planos).
- Dor crônica e fadiga: sintomas persistentes e, muitas vezes, de difícil controle.
- Disautonomia: tonturas, taquicardia postural (POTS), intolerância ao calor, alterações respiratórias e urinárias.
- Sistema cardiovascular: risco de aneurismas, varizes precoces e prolapso da válvula mitral.
- Sistema gastrointestinal: refluxo, constipação, diverticulose, e, em casos graves, risco de ruptura espontânea de vísceras.
- Olhos: miopia acentuada, descolamento de retina, ceratocone, glaucoma.
- Ginecologia e obstetrícia: maior risco de complicações na gestação e parto, como lacerações, rupturas uterinas e partos prematuros.
Como é Feito o Diagnóstico?
O diagnóstico da SED exige observação clínica cuidadosa, avaliação dos antecedentes familiares e, quando necessário, testes genéticos. Os principais métodos diagnósticos incluem:
Escore de Beighton
Um teste físico simples que avalia a hipermobilidade articular. O paciente recebe uma pontuação com base em movimentos específicos que demonstram flexibilidade excessiva. Um escore igual ou maior que 5 (em 9) pode indicar hipermobilidade.
Critérios Diagnósticos Internacionais
Os critérios variam conforme o subtipo, mas geralmente envolvem:
- Histórico pessoal e familiar
- Sinais clínicos como hipermobilidade, pele elástica e fragilidade tecidual
- Exclusão de outras doenças semelhantes
Testes Genéticos
São usados para confirmar o diagnóstico em subtipos com mutações conhecidas. Contudo, nem todos os subtipos têm marcador genético identificado, o que torna a avaliação clínica indispensável.
Exames Complementares
Exames de imagem e laboratoriais podem ser solicitados para investigar complicações, como:
- Ecocardiograma
- Ressonância magnética
- Avaliações oftalmológicas, ginecológicas ou urológicas específicas
Tratamento e Cuidados
Ainda não há cura para a Síndrome de Ehlers-Danlos. O tratamento é direcionado ao controle dos sintomas, prevenção de lesões e manutenção da qualidade de vida. As abordagens incluem:
- Fisioterapia personalizada, com foco na estabilidade articular
- Psicoterapia, para lidar com dor crônica e aspectos emocionais
- Acompanhamento médico multidisciplinar, incluindo cardiologia, reumatologia, genética e outras especialidades
- Adaptação do estilo de vida, com redução de movimentos repetitivos, atenção à postura e períodos de descanso adequados
Importância do Diagnóstico Precoce
Reconhecer precocemente os sinais da SED é fundamental para evitar complicações graves, como lesões articulares irreversíveis, aneurismas ou complicações gestacionais. O conhecimento sobre a síndrome ainda é limitado, mesmo entre profissionais da saúde, o que torna a informação e a conscientização ferramentas poderosas para pacientes e familiares.